
Mercúrio é único planeta do Sistema Solar que não possui atmosfera. Possivelmente, a baixa gravidade e a ação do vento solar dissiparam ao longo do tempo qualquer atmosfera que o planeta tivesse. Por isso, como não há reflexão da luz solar, o céu em Mercúrio sempre é negro. Dependendo do local e da órbita de Mercúrio, o Sol parece duas vezes e meia maior do que na Terra, num céu sempre negro.
Mesmo assim foram registradas na exosfera (camada mais externa da atmosfera) átomos de hélio e oxigênio, e uma longa tênue e transitória "cauda" de sódio que se estende a mais de 30.000 quilômetros da superfície do planeta.

Gravura que ilustra o tamanho do Sol no céu de Mercúrio na maior e na menor distância orbital. Diferente dos outros planetas do Sistema Solar, Mercúrio tem uma órbita menos circular. [Vince Cusomato / Ielcinis Louis]

O material encontrado na exosfera vem principalmente da superfície de Mercúrio, arrancado pela radiação solar, pelo vento solar e pela vaporização de meteoroides.
Monitorando os átomos de sódio neutros existentes na cauda, os cientistas confirmaram suas alterações sazonais. "Essa diferença está relacionada com as variações esperadas na pressão da radiação solar à medida que Mercúrio se move em sua órbita. A exosfera de Mercúrio é uma das mais dinâmicas no Sistema Solar", diz Ron Vervack, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins (JHUAPL).
O Imagem dum campo de raias brilhantes (formada pela ejeção de material de uma cratera) obtida pela Mariner 10 a uma distância de 48.000 km de Mercúrio. A cratera maior tem cerca de 100 km de diâmetro. [Crédito NASA/JPL/Northwestern University]

A espécie de cauda de cometa de Mercúrio marcada por átomos de sódio neutro diminuiu substancialmente de tamanho desde o segundo sobrevôo da MESSENGER em outubro de 2008. Os dois painéis são modelos aumentados para acomodar os dados coletados relativamente perto de Mercúrio. [Crédito Tony Philips/ NASA/ Luis Gabriel]
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