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Introdução

"Em Chryse e Utopia, pela primeira vez na história da humanidade, uma espaçonave tinha descido, suave e seguramente, no planeta vermelho." 

Carl Sagan, astrônomo

 

O planeta Marte é conhecido desde tempos remotos porque é visível a olho nu. Recebeu o nome do deus da guerra dos romanos (para os gregos era Ares). O nome do mês de março também deriva de Marte. Mesmo sem o uso de instrumentos ópticos, Marte chama atenção devido ao seu brilho vermelho e sua órbita irregular entre as constelações. "Periodicamente, num ciclo de 15 anos, Marte apresenta-se muito próximo de nós, havendo assim facilidade para a observação de sua superfície", segundo Ronaldo Mourão, no livro Atlas Celeste. A última foi em junho de 2001. Ao telescópio tem aparência de um disco alaranjado, que dependendo da capacidade do instrumento é possível vê manchas brancas (as calotas polares), e manchas escuras (rochas e areia grossa) e claras (areia fina ou poeira) que possuem extensão variada.

Foto a distância de Marte em crescente feita pela Viking 1 Orbiter mostrando uma cratera na Calota Polar Sul, e nuvens próximas ao grande vulcão marciano, o Olympus Mons. (Crédito NASA)

Marte é o astro mais brilhante, de tom alaranjado, nesta foto do céu a olho nu. (Crédito ScienceWeb)

Em 1666, Gian D. Cassini calculou que a duração de rotação do planeta era pouco maior que a nossa. Porém, foi com Giovanni V. Schiaparelli em 1877 que Marte começou torna-se polêmica nos meios científicos. Ele realizou uma série de observações e traçou mapas que mostravam terras, mares e "canais". Empolgado pela idéia de vida inteligente no nosso vizinho vermelho, Percival Lowell dedicou sua vida ao estudo de Marte, gastando sua fortuna na construção de um grande observatório, o Lowell Observatory, no deserto do Arizona. Mesmo com o resultado dos estudos de Vincenzo Cerulli, indicando que os "canais" representavam uma interpretação equivocada de estruturas no limite da visibilidade, a idéia de "homenzinhos verdes" se propagou para o público com obras de ficção científica como o clássico "Guerra dos Mundos" de H.G.Wells.

Marte próximo as nebulosas M8 e M20 na constelação de Sagitário. A bela foto foi obtida em 19/mai/2001 usando telescópio de 135 mm. (Crédito Ken Webb)

Gravura digital que mostra uma vista de cima do Valles Marineris, usando-se os dados obtidas pelo Viking 1 Orbiter. (Crédito Robert L. Hurt)

Falta-nos espaço para falar de outros (como Tycho Brahe, Emmanuel Liais e E. M. Antoniadi) que de alguma forma colaboraram para nosso conhecimento do planeta vermelho; portanto citaremos apenas mais um personagem na longa história de Marte. "Mesmo se as conclusões de Lowell sobre Marte... resultassem em nada, sua descrição do planeta possui ao menos uma virtude: motivou uma geração dos oito anos, eu inclusive, a considerar a exploração dos planetas com uma possibilidade real", confessou o falecido Carl Sagan no best-seller Cosmos, dedicando um capítulo inteiro a Marte. 

 

Deveras, foi o principal responsável pelas sondas Mariner, Viking e Voyager e demonstrou entusiasmo pelo sucesso das Vikings, ao escrever: "Em Chryse e Utopia, pela primeira vez na história da humanidade, uma espaçonave tinha descido, suave e seguramente, no planeta vermelho."

Marte visto através de um telescópio de 250 mm em 05/jun/2001. (Crédito Dario Pires) 

Imagem histórica de Marte. É a primeira foto do solo marciano enviada por rádio pela Viking 1 Lander em 20/jul/1976. À direita está uma parte da sonda. (Crédito NASA/JPL)

MARTE

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