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Atmosfera

Marte é coberto por uma atmosfera rarefeita composta basicamente de dióxido de carbono (95,32%) com traços de nitrogênio (2,70%), argônio (1,60%) e oxigênio (0,13%). A pressão atmosférica é de apenas 6 milibar, ou seja, equivalente a altitude de 30.000 metros acima do nível do mar na Terra. Porém em certos locais a pressão aumenta quando o dióxido de carbono evapora e diminui quando congela. Com a chegada do verão num dos hemisférios, o dióxido de carbono passa por um processo de sublimação e migra para o pólo oposto. Se esse processo ocorrer muito rápido (especialmente no hemisfério sul), libera enormes quantidades de gás na atmosfera, formando ciclones que cobrem grandes regiões, em que a velocidade do vento chega até aos 240 km/h!

Esta imagem da Viking 1 Orbiter mostra uma névoa ao amanhecer no Noctis Labyrinthis, no começo do Valles Marineris. Esta névoa, que é composta provavelmente de gelo de água, está confinada principalmente nos canyons á baixo, mas pode estende-se até o platô adjacente. A região mostrada é de cerca de 300 km. (Crédito NASA/USGS)

Sequência de imagens separados por 2 horas feita pela Mars Global Surveyor de uma tempestade em Marte em 30/jun/1999. As nuvens brancas consistem de gelo de água e as nuvens alaranjados são poeira levantado do solo. Tempestades como esta são comuns no planeta. (Crédito NASA/JPL/MSSS)

A variação brusca de temperatura também provoca essas tempestades. Devido às estações do ano – que são semelhantes às nossas, apesar de terem duração maior e não constante – a temperatura varia desde os -140ºC nas calotas polares durante o inverno a 26ºC nas regiões equatoriais durante o verão; porém a temperatura média de -60º C. No entanto mesmo durante um único dia marciano há grande diferença de temperatura. Por exemplo, na região equatorial temperatura é de 25º C no começo da tarde, -50º C ao anoitecer e -70º C à meia-noite! Outra diferença drástica é a variação conforme a altitude; a sonda Mars Pathfinder revelou que se uma pessoa estivesse em pé no mesmo local da sonda, sentiria uma diferença de 15º C entre os pés e o tórax!

Mosaico de imagem obtida em abr/1999 pela Mars Global Surveyor que mostra os 3 vulcões na região de Tharsis (centro esquerdo) e o Olympus Mons (acima à esquerda) cobertos na maior parte pelas nuvens brancas-azuladas de gelo de água, bem como o sistema da canyons do Valles Marineris (abaixo a direita). (Crédito NASA/JPL/MSSS)

No entanto em raras ocasiões estas tempestades podem encobrir de poeira todo o planeta por meses, como ocorreu em 1975 e mais recentente em 2001. Phil Christensen, um dos cientistas da MGS, explica: "Esta tempestade começou como uma pequena nuvem de poeira na bacia Hellas, uma cratera de impacto no hemisfério Sul de Marte com cerca de 9 km de profundidade. Foi quando [em 27 de junho] a tempestade explodiu. Deve ter atravessado algum ponto crítico e começou realmente a crescer. As grandes tempestades podem durar semanas ou mesmo meses…De fato, ainda não sabemos o que as faz parar."

Enorme tempestade na região norte de Marte obtida pela Mars Global Surveyor em 29/ago/2000. As manchas brancas são gás carbônico congelado na calota polar e o jato central (no centro dos vórtices) tem 900 km de comprimento. (Crédito NASA/JPL/MSSS)

Esta imagem foi feita pela antena da Mars Pathfinder cerca de um minuto após o pôr do sol em Marte. O Sol molda um fulgor cor-de-rosa sobre o céu se escurecendo. Os cientistas descobriram que o céu permanece brilhante por até duas horas após o por do sol, indicando que a poeira marciana estende-se altamente na atmosfera. (Crédito NASA/JPL)

Por que o céu de Marte é avermelhado? É devido a poeira (composta basicamente de óxido de ferro da superfície) suspensa no planeta que pode absorver até 40% da luz solar; ademais o céu também pode adquirir uma cor rosada, dependendo da quantidade de poeira no ar. Como não existe uma reciclagem do dióxido de carbono, Marte não consegue manter uma estufa, e portanto a superfície do planeta é muito mais fria do que a Terra seria na mesma distância. Segundo os biólogos, não é de admirar a falta de organismos vivos em Marte, porque a atmosfera não impede a passagem dos letais raios ultravioletas do Sol e a superfície é composta basicamente de elementos oxidantes.

Mosaico do por-do-sol obtida pela Mars Pathfinder em 29/jul/1997, em cor verdadeira de como seriam visto aos olhos humanos. No entanto a cor do Sol deve ser branco ou quase azulado. (Crédito NASA/JPL)

Há muitas nuvens em Marte, compostas principalmente de água e dióxido de carbono, mas devido a baixa densidade atmosférica elas parecem com os cirros terrestres. No entanto devido as circunstâncias já citadas bem como o relevo, as nuvens podem adquirir um aspecto de ciclone. Em torno dos vulcões mais altos, o vapor d'água pode condensar formando nuvens a grandes altitudes; em contraste, no vales é possível a formação de neblina ao amanhecer e ao anoitecer. Até com telescópios são visíveis nuvens de cristais de dióxido de carbono e água cobrindo grandes regiões do planeta. Portanto a instabilidade meteorológica de Marte é governada pela pressão, temperatura, velocidade e direção dos ventos.

Esta imagem obtida pela Mars Pathfinder em cor real mostra o céu ocidental, 30 graus acima do horizonte às 05:13 em Marte. Os riscos brilhantes são provavelmente nuvens de gelo que são formados durante a noite. As nuvens também se movem, sendo que moveu do nordeste para o sudoeste. (Crédito NASA/JPL)

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