

Foto em cor verdadeira de Júpiter obtida pelo Hubble em 28/mai/1991. As nuvens na atmosfera joviana contêm pequenos cristais de amônia congelada e traços de compostos coloridos de carbono, enxofre e fósforo. (Crédito NASA)
Sem dúvida o que mais chama atenção em Júpiter são suas dimensões. Por exemplo, se tomarmos como medidas as terrestres, temos: diâmetro mais de 11 vezes, massa 317,80 mais "pesado" e ocupa um volume 1.401 vezes maior! No entanto sua densidade é baixa, sendo de apenas 1,33 g/cm³.
Na realidade este é o primeiro dos chamados planetas gigantes ou gasosos, formados basicamente de hidrogênio e hélio. O que chamamos de superfície nos planetas rochosos, nesses planetas estamos se referindo as camadas superiores da atmosfera.

Gráfico comparando as dimensões físicas de Júpiter com todos os planetas do Sistema Solar. O planeta tem duas vezes mais massa; o volume equivale a 60% dos planetas; e o diâmetro médio (ou equatorial) equivale a 1/3 da soma de todos os planetas. (Crédito Ielcinis Louis)

Imagem da Grande Mancha Vermelha capturada em 26/jun/1996 pela Galileo. Usando imagens reais de três filtros de cor, a equipe de Galileo pode montar o que uma pessoa veria se fosse capaz de flutuar pouco acima deste antigo sistema de nuvens. (Crédito JPL/NASA)
Não há certeza se o núcleo de Júpiter (ou qualquer outro planeta gasoso) é rochoso. No entanto, parece que o centro do planeta é quente (talvez 30.000° C) visto que Júpiter irradia para o espaço 2,5 vezes mais energia do que recebe do Sol. Devido à pressão de milhões de atmosferas os átomos de hidrogênio devem está comprimidos em estado líquido. O hidrogênio em tais condições adversas adquire propriedades metálicas, gerando corrente elétrica e conseqüentemente um forte campo magnético.
Isto explicaria porque o campo magnético de Júpiter é intenso (cerca de 14 vezes o da Terra), sendo que produzem ondas de rádio tão potentes, que no Sistema Solar é apenas superada pelo próprio Sol. O eixo desse campo está inclinado 11 graus em relação ao eixo de rotação, afastado 10.000 km do centro. O interessante é que como os pólos estão invertidos em Júpiter, se levássemos uma bússola para o planeta a agulha apontaria para o sul.
A magnetosfera é gigantesca: mais de 7 milhões de quilômetros em direção ao Sol e até 700 milhões de quilômetros na direção oposta, ou seja, além da órbita do planeta Saturno!

Esquema da órbita e magnetosfera de Júpiter. Note que a parte traseira da magnetosfera alcança a órbita de Saturno! (Crédito Ielcinis Louis)

Esta imagem digital sugere um limite desobstruído entre a atmosfera e o oceano de hidrogênio líquido em Júpiter. Como está muito profundo para que a luz solar penetre, a única luz é do fulgor dos relâmpagos que são constantes. (Crédito Walter Myers)
Em vista destas características extremas de Júpiter, o astrofísico Isaac Asimov escreveu em O Colapso do Universo: "É possível que Júpiter ainda esteja se contraindo ligeiramente, e que a energia cinética daquela contração seja transformada em calor. É ainda possível que os átomos no centro de Júpiter estejam submetidos a uma temperatura e a uma pressão que os estejam levando à beira do ponto de ruptura, que um pouco de fusão de hidrogênio esteja correndo - apenas o suficiente para explicar aquela pequena emissão extra de calor do planeta. Se isso estiver acontecendo, Júpiter está à beira da ignição nuclear. Não há perigo de ignição real, naturalmente; Júpiter não é bastante grande e permanecerá para sempre à beira da ignição, apenas."

Luzes no lado noturno de Júpiter são mostrados nesta imagem capturada pela Voyager 1 em 05/mar/1979 a 200.000 km. A raia brilhante (superior direito) é uma aurora próximo ao pólo norte do planeta e os outros pontos brilhantes são relâmpagos, mas poderiam ser características aurorais. (Crédito JPL/NASA)