top of page
Superfície

A superfície de Marte a primeira vista é parecida com Mercúrio ou a Lua, crivada de crateras de diversos tamanhos. Porém a uma análise mais detalhado percebe-se uma morfologia complexa: planícies, vales, montanhas e calotas polares. Na realidade muitos locais lembram enormes desertos da Terra com areia vermelha, numerosas rochas e pedras de todas as formas e tamanho; ora em alguns locais há formam-se até dunas!

 

O solo é argiloso e rica em dióxido de silício (54%), em óxido de ferro (18%) – que dá o aspecto avermelhado para Marte – e em enxofre. Comparadas com as rochas terrestres, as marcianas são mais ricas em ferro, magnésio e cálcio, mas são mais pobres em potássio, silício e alumínio.

Esta foto em alta resolução da superfície de Marte foi obtida pela Viking 2 Lander em seu local de pouso, Utopia Planitia, em 18/mai/1979. Uma fina camada de água congelada cobre as rochas e o solo. (Crédito JPL/NASA)

Outro aspecto interessante é que as superfícies entre os hemisférios são radicalmente diferentes. O hemisfério norte é composto de planícies lisas com poucas crateras e o solo é de origem vulcânica. Já o hemisfério sul possui cinco vezes mais crateras, além de canyons e desfiladeiros, indicando um solo mais antigo. Ademais há uma mudança de elevação na ordem de quilômetros na região de limite, onde o hemisfério norte é mais baixo que o hemisfério sul.

 

Entre os dois hemisférios, há a enorme região de Tharsis, como já citado, dominado por grandes montanhas de origem vulcânica com mais de 20 quilômetros de altura que formam um alinhamento, culminando num sistema de canyons que chega á 7 quilômetros de profundidade chamado de Valles Marineris; Tharsis e Valles Marineris ocupam metade da circunferência de Marte. Imagine que viagem alucinante partindo do topo das montanhas em direção as profundezas dos canyons!

Foto obtida em abr/1999 pela Mars Global Surveyor quando passava sobre o vulcão Apollinaris Patera. A mancha branca são nuvens que formam-se ao entardecer em Marte. Este antigo vulcão está situado perto do equador, possuindo quase 5 km de altura e diâmetro de 80 quilômetros. (Crédito NASA/JPL/MSSS)

Imagem de alta resolução dos montes chamados de Twin Peaks, ao sudoeste do local de pouso do Mars Pathfinder. Eles tem cerca de 30 a 35 m de altura, sendo que o monte da direita (chamada de Norte) está a cerca 860 m de distância da sonda, e o monte da esquerda (chamada de Sul) está à 1 km. A rocha grande (na direita aos fundos) chamada de Hippo tem cerca de 1 m e está distante cerca de 25 m. (Crédito Timothy Parker/JPL)

As crateras de impacto em Marte mostram uma variação em formas e em características, diferentes do que vemos na Lua. Existem crateras pequenas simples com alguns quilômetros de diâmetro - que são a maioria - até crateras grandes com centenas de quilômetros; há também crateras com círculos de ejeção e crateras em forma de panqueca.

                                   

 

É claro que não podemos esquecer das polêmicas estruturas em forma de canais que lembram leitos secos de rios. Alguns têm até 200 quilômetros de largura. Há dois tipos de canais: os que se dividem em cursos menores e tortuosos, e os que mantêm as mesmas dimensões e são mais profundos. Apesar de muitos alegarem que foram formados por água no passado, outros argumentam que foram de dióxido de carbono.

Espetacular imagem do Olympus Mons obtida pelo Mars Global Surveyor em 25/abr/1998 a uma altura de 900 km. Como está há muito tempo extinto, este vulcão consiste principalmente de basalto - a mesma rocha vulcânica comum nos lugares como Havaí e Islândia. (Crédito MSSS/NASA)

Por exemplo, baseada nas mesmas imagens em que a NASA se baseou para sugerir a existência de água líquida em Marte, as fotos enviadas pela Mars Global Surveyor, cientistas da Universidade do Arizona, apontam duas razões: a primeira é que a maioria dos canais foram encontrados nas terras altas do Pólo Sul, onde teria pouca chance de haver água em estado líquido; o segundo é' que os canais se formaram a 100 metros abaixo do topo das montanhas, altura exata para que a pressao exercida no local mantenha o dióxido de carbono líquido estável. "O dióxido de carbono da atmosfera se expande, esfria e se transforma em neve, que desce a montanha. Se fosse a água a responsável pelos canais, os teriamos em qualquer lugar", diz Donald Musselwhite.

Cratera de Galle fotografada pela Mars Global Surveyor em mar/1999 próximo ao Argyre Planitia. Também chamada de "Cara Feliz", tem cerca de 215 km, e já tinha sido observado pela Viking 1 Orbiter. (Crédito MSSS/NASA)

Imagem da Mars Pathfinder em Marte feita pelo veículo Sojourner. O IMP (o mastro de "dois olhos") está vendo o Sojourner, e outro mastro (a direita) é de meteorologia. (Crédito NASA/JPL)

MARTE

©1999 a 2022 por Ielcinis Louis

bottom of page