

Menos de uma dezena de satélites orbitam Júpiter na mesma direção da rotação do planeta, chamados de irregulares prógrados. Quatro destes possuem órbitas próximas numa faixa de 2 milhões de quilômetros entre si; o restante foram descobertos depois de 2001 e medem menos de 5 quilômetros.
A maioria dos satélites irregulares tem movimento contrário da rotação do planeta, chamado de satélites retrógrados. Muitos dos dados faltam confirmação e outros ainda são desconhecidos. Por esta razão estão sujeitas a alterações com o tempo. Vejamos alguns exemplos desses rochas espaciais.
Diagrama de alguns dos satélites irregulares de Júpiter, como o grupo Himalia próximo ao topo do diagrama e os grupos Ananque, Carme e Pasifae distribuídos abaixo da linha de distância do planeta. (Crédito Spoladore)
Temisto (Júpiter XVIII) foi descoberto em 1975 Charles Kowal, mas não foi possível confirmar a órbita. Depois de 25 anos, no ano 2000, o satélite foi redescoberto por Scott Sheppard e equipe do telescópio no Havaí, sob o código 2000 J1, o primeiro de 11 onze satélites descobertos nesse mesmo ano. Temisto tem 8 quilômetros de diâmetro, distante em média 7,5 milhões quilômetros de Júpiter e período de revolução de 4 meses e 10 dias. Tem a órbita bem inclinada (46 graus) e excentricidade de 0,20. Temisto é o primeiro satélite com órbita irregular depois dos maiores satélites de Júpiter, e não faz parte de nenhum grupo de satélites, como é comum no sistema de Júpiter.

Imagem da redescoberta de Temisto no telescópio no Havaí, em novembro de 2000. (Crédito University of Havaii)

Leda (Júpiter XIIII) é o primeiro de quatro satélites que formam um grupo relativamente próximo e com inclinação orbital em torno dos 28 graus; no caso de Leda é de 26 graus e excentricidade de 0,15. No entanto, está distante 11.094.000 quilômetros do centro do planeta, levando quase 8 meses para completar o período de revolução. Foi descoberto em 1974 por Charles Kowal, recebendo o nome da rainha de Esparta e outra amante de Zeus. É o menor desse grupo com apenas 10 quilômetros de diâmetro, mas é o mais brilhante refletindo 7% da luz solar.
Image de simples exposição de Leda feita pela sonda WISE em 2010. (Crédito NASA/JPL-Caltech)
Himalia (Júpiter VI) é o maior dos satélites irregulares de Júpiter com 170 quilômetros de diâmetro e o mais denso (2,80 g/cm³); foi descoberto alguns anos depois, em 1904 por C. Perrine. A órbita de Himalia é inclinada 27,63 graus com excentricidade de 0,16, e período orbital é de 8 meses; similar a mais cinco satélites do grupo que leva seu nome. Himalia está distante do centro do planeta quase 11,5 milhões de quilômetros. Recebeu o nome de uma ninfa que cuidou de três filhos de Zeus. Himalia é o mais brilhante dos satélites irregulares de Júpiter, apesar de provavelmente não ser esférica.

Imagem de Himalia obtida pela Cassini em infravermelho com resolução de cerca de 27 quilômetros por pixel. (Crédito NASA/JPL/University of Arizona)

Lisiteia (Júpiter X) é o décimo segundo satélite de Júpiter, distante cerca de 11,7 milhões de quilômetros, gastando 8 meses e 19 dias para completar a volta em torno do planeta. É o mais inclinado do grupo com 29 graus, porém é o menos excêntrico (0,1070). Lisiteia foi descoberto em 1938 por S. Nicholson, que na mitologia greco-romana era filha de Oceano e mais uma amante de Zeus. Esse satélite tem apenas 24 quilômetros de diâmetro e faz parte do grupo Himalia.
Lisiteia visto através de um observatório em agosto de 1998 profissional. (Crédito OHP/CNRS/IMCCE)
Elara (Júpiter VII) também é do grupo Himalia, estando apenas a 17.000 quilômetros da vizinha Lisiteia, tendo praticamente o mesmo período orbital de 8 meses e 19 dias. No entanto, Elara é menos inclinado (24,77 graus) e tem órbita mais excêntrica (0,22); também é o mais denso com 3,30 g/cm³. Foi descoberto em 1905 por C. Perrine e recebeu o nome da mãe de Zeus. É o segundo maior do grupo com 80 quilômetros de diâmetro.

Elara visto através de um observatório. (Crédito Station d'Astrométrie des Alpes de Haute-Provence)

Dia (S/2000 J 11) encontra-se numa órbita direta, a aproximadamente 13 milhões de quilômetros de Júpiter, inclinado apenas 29 graus, mas com órbita bem elíptica, em torno de 0,22 de excentricidade. O período de revolução é de 9 meses e 22 dias e tem cerca de 4 quilômetros. Dia é o último satélite do grupo Himalia.
Depois desse satélite encontramos os satélites irregulares com órbitas excêntricas, movimentos retrógrados e muito distantes de Júpiter.
Imagem mostra a redescoberta de Dia pelo telescópio Magalhães, em Las Campanas, no Chile. A claridade é reflexo de Júpiter (Crédito NASA)

Esquema das órbitas de alguns satélites irregulares de Júpiter. Todos tem órbitas inclinadas e estão depois de Calisto. (Crédito Ielcinis Louis)
Carpo (Júpiter XLVI) foi descoberto em 2003 pela equipe de Universidade do Havaí liderada por Scott S. Sheppard. Carpo tem cerca de 3 quilômetros de diâmetro com distância média de 17 milhões de quilômetros; gasta 456,25 dias para completar uma volta em Júpiter, com uma inclinação de 51,157°, com uma excentricidade de 0,4436.
Depois de Carpo, encontramos os satélites irregulares com órbitas excêntricas, movimentos retrógrados e muito distantes de Júpiter.

Animação de 3 imagens de Carpo obtida pelo Telescópio Mega-Prime CCD, em fevereiro de 2013. (Crédito Brett J. Gladman/Canadian Astronomy Data Center)

Representação artística do satélite Carpo com o planeta Júpiter aos fundos, distante em média 17 milhões de km. (Crédito Arnaugir)
Carme (Júpiter XI), está a cerca de 22,6 milhões quilômetros de distância, com período de revolução de quase 1 ano e 11 meses. É o maior do grupo de 13 satélites, e o mais inclinado do grupo com 164 graus e com excentricidade de 0,2070. Carme foi descoberto em 1938 também por S. Nicholson; na mitologia greco-romana foi uma consorte de Zeus. Carme tem apenas 30 quilômetros de diâmetro.

Carme fotografado pelo Observatório de Haute-Provence em dezembro de 1998. Júpiter reflete muita luz no canto direito. (Crédito OHP/ CNRS)

Ananque (Júpiter XIII) é o primeiro e o menor (com 20 quilômetros de diâmetro) de 7 satélites que formam um grupo que estão próximos entre si e inclinados em média 152 graus em relação ao plano do equador joviano. No caso de Ananque é de 147 graus e excentricidade de 0,1690. A distância média é de 21,2 milhões quilômetros de Júpiter, gasta 1 ano e 9 meses para completa a volta em torno do planeta. Foi descoberto em 1951 por S. Nicholson, e recebeu o nome da irmã de Júpiter, e mãe de Adrastéia.
Ananque fotografado pelo Observatório de Haute-Provence em agosto de 1998. Júpiter reflete alguma luz no canto esquerdo. (Crédito OHP/ CNRS)
Pasífae (Júpiter VIII) foi o primeiro satélite descoberto do grupo que leva seu nome, em 1908 por P. Melotte, e também é o maior deles com 60 quilômetros de diâmetro. Além disso, Pasífae é a que possui menor inclinação orbital (145 graus) e a órbita mais excêntrica (0,3780), com período de revolução em torno de 2 anos a uma distância de 23,5 milhões de quilômetros de Júpiter. Outra particularidade é que um dos poucos satélites que não recebeu o nome de uma amante de Zeus ou Júpiter. Pasífae foi filha de Hélios e de Perseis.

Pasífae fotografado pelo Observatório de Haute-Provence em agosto de 1998. Júpiter não está nesse quadro. (Crédito OHP/ CNRS)

Sinope (Júpiter IX) é o último satélite do grupo Pasifae e está apenas a 200.000 quilômetros de Pasífae, levando pouco mais de 2 anos para completar o período orbital. No entanto, Sinope está mais inclinado que seu vizinho (153 graus) e tem órbita menos excêntrica (0,2750). Foi descoberto em 1914 por S. Nicholson e tem 28 quilômetros. Recebeu o nome da filha de Marte e Egina, sendo mais uma amante de Júpiter.
Sinope fotografado pelo Observatório de Haute-Provence em agosto de 1998. Júpiter não está nesse quadro. (Crédito OHP/ CNRS)

Fotomontagem em ordem de distância de alguns satélites de Júpiter. (Crédito Jarmo Korteniemi)

Comparação da Lua com alguns satélites menores de Júpiter. (Crédito Ielcinis Louis)